"Somente deveis portar-vos dignamente conforme o Evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do Evangelho."
Filipenses 1.27
Os léxicos da língua grega koiné relacionam o significado de Steko com a idéia de permanecer firme; perseverar; persistir; manter a posição*. Quando o apóstolo Paulo escreve à comunidade de Filipos ele se preocupa com a unidade daquele grupo. Ele sabe que a manutenção do grupo depende da disposição dos mesmos em permanecerem juntos.
Há um preço muito caro a ser pago para que este propósito se estabeleça. Muitos egos precisam passar por suicídio, muita vaidade há para ser deixada de lado. A carta se dirige à coletividade, Paulo pensa no grupo. E o remédio sugerido é um confrontamento das atitudes do grupo com as atitudes de um indivíduo: Cristo. Este é o apelo: que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo (v. 5).
Este espaço nasce para pensar não num grupo, mas num indivíduo. Não na coletividade, mas em alguém que faz parte desta coletividade, e que distingue-se desta coletividade apenas por possuir uma vocação específica diferente da dada ao grande grupo. Este indivíduo é o pastor, aquele que conduz a comunidade.
Faz parte de suas atribuições lutar para que a comunidade que orienta corresponda aos anseios de Paulo, completando sua alegria (2.2), vivendo em unidade de sentimentos e propósitos. Mas faz parte da sua vocação viver de modo digno do Evangelho de Cristo. A aflição que motiva o surgimento deste espaço é a constatação triste de que muitos líderes que conduzem rebanhos estão longe de corresponder às questões vocacionais. Não lhes falta aptidões, talentos. São exímios pregadores, conselheiros, administradores, etc... Mas são péssimos esposos, pais, irmãos, patrões, empregados, clientes, etc...
Assim, suas aptidões naufragam na falta de discernimento sobre suas vocações. E, invariavelmente, quem adoece com isso são as comunidades.
Através da publicação de reflexões, artigos, resenhas, etc, queremos tratar aqui da vocação e da espiritualidade do pastor, sob o prisma dos desafios contemporâneos para o ministério pastoral. O foco não é pragmático, nem praxiológico. Ele quer chegar antes. Quer discutir o que está por trás da práxis.
Este blog faz parte do Projeto Barnabé, um núcleo de encorajamento para pastores e obreiros que estão fadigados. Além dos encontros regulares, e demais atividades, teremos aqui um fórum para ampliação das discussões. Fique à vontade para participar, criticando e propondo pautas. Quero incentivá-lo a postar suas reflexões aqui.
Que o Senhor lhe abençoe com a graça de permanecer firme, vivendo de modo digno do Evangelho!
Galbiatti.